segunda-feira, 25 de maio de 2009

Um céu incandescente

Tive uma grande amiga que disse uma das coisas mais significativas que glórias, fama, ou qualquer outro sonho grande que eu quis.Ela me ensinou sobre a importância das coisas pequenas e, sobretudo, de algo que é mais difícil de se ter que qualquer grande projeto: conquistar e reconhecer a importância das pessoas ao nosso redor,sejam elas pessoas próximas sejam pessoas ditas de passagem.Afinal,dizia ela, que há basicamente três tipos de pessoas a qual notamos neste mundo.


A primeira são aquelas chamadas cometas, são pessoas passageiras nas nossas vidas,que saem com a mesma facilidade ou imprevisibilidade como entraram.Todavia,causam um tal rebuliço que são capazes de,mesmo por um período curto, deixar a sua marca na nossa memória.Pois bem, lembra muito bem um cometa cadente,não?Nossa vida entrou em rota de colisão com ele,mas se desviou na esquina do futuro.


Por outro lado, há pessoas-estrela, são aquelas que pouco importa como entraram nas nossas vidas pois possuem qualidades tão significantes que são como uma luz constante em qualquer que seja o momento. São aquelas que não são notáveis por causarem uma grande impressão e sim porque conquistaram nossa confiança e carinho de modo a se fincar tanto no nosso coração como na memória.


Por fim, há aquelas pessoas que não são nem estrelas, nem são cometas, são apenas o que existe entre um brilho e outro: o escuro. São apenas pessoas que não notamos, ou não fizeram questão de ser ou que se perderam na nossa memória. Todavia, estão lá. Estão naquele vão para nos lembrar que existem;para nos lembrar na nossa incapacidade de reconhecer quem é quem naquela massa tão opaca;para nos lembrar que às vezes é necessário contemplar o vazio.

Infelizmente, não entendi essa lição por completo a tempo e perdi a fonte desses conselhos tão magníficos. Faltou-me uma idéia que, embora simples, é uma das mais difíceis de se colocar em prática: as estrelas,cometas e buracos negros não surgem sempre por acaso.Pelo contrário, na maioria das vezes cabe a nós dizer como cada pessoa da nossa vida se encaixa nessa idéia. Cabe ainda lutar para que os cometas se tornem estrelas e ,principalmente, que as estrelas não se apaguem e se juntem àquele imenso vazio.

Está sempre em nossas mãos ter um céu opaco e nublado ou um céu que se assemelha a uma noite estrelada de fogos de artifício.
Entretanto,no fim o que escolheremos para o nosso céu? E o que nós seremos no céu de outras pessoas?
Hoje podemos começar uma revolução ao luar,mas o que faremos?

sábado, 23 de maio de 2009

Neste exato momento...

Neste exato momento escrevo esta crônica pois prometi escrever um conto de fadas. Primeiro porque tenho tido conversas engraçadas sobre isso e segundo porque este tipo de história me ensinou uma coisa muito importante na infância: nunca nos apaixonamos por quem idealizamos .

Por exemplo, veja o caso do Tarzan: Alguém poderia dizer que, naqueles momentos de garota apaixonada e sonhadora, a encantadora Jane sonhava em se apaixonar por um homem que coçava o corpo com as unhas do pé e cujo melhor amigo era uma macaca?

Mas, acredito mesmo que o mais bonito mesmo é cada um criar a própria aventura e poder no fim dizer que fora tão fantástica que parece mesmo um conto de fadas. Talvez esta seja a segunda lição da minha infância: é melhor viver pra depois contar as aventuras do que viver contando histórias e nunca ter lutado por um sonho.

Assim, penso na vida como teatro da qual cada dia é um capítulo da grande peça que é a vida e cada um podendo ser o ator principal ou o coadjuvante.

Deste modo uso as próximas linhas não para criar um conto de fadas,mas para relatar um desses episódios um tanto quanto diferentes na minha vida.

Já conheci diversos tipos de pessoas e com os mais variados tipos de encanto, mas nenhum é tão bonito quanto o sorriso sincero que uma pessoa mostra a outra

Conheci um destes em uma festa.Poderia ser passageiro e deixar tal memória no passado como sempre faço,pensando que há muitos outros sorrisos que vou ver no futuro.Mas,desta vez foi diferente.

Neste exato momento, não quero que ela faça parte apenas da memória uma noite que nunca mais vai voltar, quero simplesmente poder encontrá-la mais uma vez pra dizer algo que não sabia como falar naquele dia:
Como seu sorriso é bonito.

Quem sabe,neste exato momento, esta pessoa não esteja lendo esta crônica?

Quem sabe,neste exato momento, ela não possa responder uma pergunta que não cabe neste blog?

terça-feira, 19 de maio de 2009

A garota da festa de quinze anos

A garota da festa de quinze anos não era muito alta, nem ao menos muito baixa, não era nem modelo nem capa de revista, era apenas a garota da festa de quinze anos.

Dançava axé, funk, balada lenta, valsa. Dançava e sorria como se as preocupações e tristezas não fizessem parte do seu repertório aquela noite.
A garota da festa de quinze anos tinha um sorriso diferente e de grande leveza que impressionava o meu olhar. Um sorriso capaz de fazer sumir o cansaço dos meus ombros carregados de uma longa semana de trabalho. E então, a partir daquele momento, a garota da festa de quinze anos já não era apenas uma das garotas daquela festa, era a garota cujo sorriso me encantou.

Mas, à medida que a festa corria homens altos, baixos, bonitos, feios, gordos e magros também começaram a reparar na garota de sorriso tão bonito.Daí , eu já não era o único expectador. Alguns se contentaram a ficar entre cochichos e olhares, outros resolveram saber mais sobre ela. E eu, não tendo flores ou grandes posses,apenas um nariz grande e vermelho, fiquei a pensar: como conquistar este sorriso?

A festa acabou e lá se foi ela pelas ruas da cidade. Aonde mora,da onde vem,há amigos em comum?Meu Deus, será que nunca mais vou vê-la?A aniversariante me dá uma pista e eu fiquei a pensar na garota da festa de quinze anos.

Hoje,a garota daquela festa de quinze anos,não é apenas a garota do sorriso bonito que ficou na minha memória, é também a garota a quem disfarçadamente escrevo este bilhete com a vontade de que, ao ler minhas palavras,eu ganhe um sorriso tão bonito quanto eu vi aquela noite.

Mas, hoje nesta noite fria de outono, aonde está a garota da festa de quinze anos de sorriso tão bonito?

sábado, 9 de maio de 2009

Por que eu luto?

Além de fruto de uma enorme força de vontade, lutar é procurar mais de uma possibilidade de agir quando nos levantamos pela manhã. Deste modo, inspiro-me na idéia de um bonito texto que fala sobre isso para deixar aqui algumas das minhas indagações: esperaremos o dia ficar ensolarado para termos cores no presente ou seremos nós os verdadeiros artistas de nossas vidas?Olharemos para o passado a fim de remoer as dores e apontar culpados? Ou levaremos as coisas boas que nos fizeram nos ombros e as más encararemos como aprendizados? Desistiremos de lutar por que parece não ter restado nada ou continuaremos a lutar por que ainda resta algo?

Luto não só para realizar um objetivo, luto para não fadigar meus músculos da cautela excessiva e para não perder a flexibilidade da minha própria juventude. Acredito que a velhice de alma decorre justamente dessa nossa tendência a aceitar a derrota e a abraçar a impotência quando a situação nos parece difícil.

Luto por aquilo que acredito, não pelos sonhos de outros. E serão pelos meus que luto e lutarei, mesmo em face da maior desvantagem, pois não são os obstáculos impostos no meu caminho ou o tamanho das minhas pernas que serão capazes de dizer qual é o limite de quanto posso percorrer. Quem sonha, não precisa que outros digam até onde alcançam os passos, quem sonha anda até sem pernas,pois voa e não se importa com as dificuldades que enfrenta.

Luto não porque não tenho nada, ou porque ainda resta esperança. Luto porque acredito na força da sinceridade da palavra, no olhar atento, na felicidade. Luto porque não acredito na ilusão de conquista por meio da inércia e da comodidade.

Mas hoje, não luto porque quero eternizar meu rosto em mármore ou em páginas dos livros de História. Luto apenas porque quero dizer que eu só escrevi todas estas palavras porque acho seu sorriso muito bonito e que por ele vale a pena lutar.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Por que sorrio?

Às vezes me pergunto: por que sorrio? Como que este simples gesto pode fazer com que mesmo nos piores momentos aquele corpo retraído e de choro pesado se tornar tão leve ? E assim,ainda me questiono:como o sorriso pode durar pouco?
Logo os lábios cerram e a parábola,forma geométrica enigmática, se dissolve como sal em água.

Talvez sorrir seja como as flores: bonitas,pouco duradouras,mas de beleza que permanece eterna na memória.

Penso ainda que sorrir não só expressa a ternura de um fato ou como um ato trouxe felicidade, também significa ter no futuro a perspectiva de melhores tempos.
É permitir que o ar entre pela boca,renove a vontade e dê vigor o nosso corpo.
É, em resumo e acima de tudo, um atestado de querer ser feliz e que,claro,que também ja se fora muito feliz!
Afinal,tão importante quanto reconhecer o que já fora bom, é sorrir pelo desejo de construir um grande futuro.
Aliás,por que você sorri?
=)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A importância da História

Apesar de ser uma pessoa fascinada pelos fatos relatados na História da humanidade, tenho que admitir ser muito bem possível viver sem saber quem foi o “descobridor” do Brasil (Pedro Álvares Cabral, caso ainda reste alguma dúvida),que GV significa muito mais que uma faculdade ilustre ou ainda que o fato daquele bairro no centro da cidade de São Paulo cheio de japoneses e bugigangas legais existir se deve,em partes, a uma grande imigração iniciada há cerca de 100 anos(para quem não conhece esse bairro,pense na relação entre a simpática senhora oriental que vende pasteis na feira da sua região e a imigração mencionada.Consegue imaginar então por que tem tanto feirante oriental?).

É certo que esse tipo de desconhecimento,quando revelado perante alguma pessoa, pode gerar risos e até um certo desdém por parte de quem ouve,mas risos e olhares desconcertantes são muito bem superáveis.No máximo, a pessoa ganha um novo apelido e ainda aprende que o Lula não foi o descobridor do Brasil,embora possa ser o seu messias!

Aliás, este último personagem citado, nosso presidente, prova que é grande a chance de ser uma pessoa de grande influência sem ter grandes conhecimentos da História. Então, caro leitor, não se preocupe se você passou longe dos manuais de História do Brasil durante sua aventura de pré-vestibulando ou mesmo na época das calças curtas, você ainda pode ser um engenheiro muito bem sucedido (quem sabe um presidente?). É claro, dizem que ser japonês ajuda nessas horas!