O cano do revolver grita e a bala corre.
A voz da vítima não foi tão rápida quanto o gatilho.
O seu suspiro de dor
Não passará de suposição:
Apenas segredo de Deus.
Do corpo estirado,
Espasmos de um pulmão quase estéril.
Da ferida aberta,
Escorre sangue,
Saliva,
Suor,
Sonhos
E
Futuro
Que nunca será senão o vazio.
Aqui brota o gosto amargo da indignação
E a saudade de quem ainda vive.
(mas nem tão saudade assim)
Lamentemos,
Mas a vida segue.
Amanhã acordo cedo,
há outras preocupações.
Aqui jaz um fato,
Um sentimento triste,
Uma notícia de jornal
Uma pessoa.
Enquanto isso,
O revolver descansa em paz.
O dia segue
sábado, 6 de junho de 2009
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