quarta-feira, 29 de junho de 2011

Nota social

Sobreviveu à própria vida.

Nunca arriscou,

Fingiu amar a mulher que não amava

E o cão que nunca quis.

Se contentou com o emprego medíocre,

Com o sonhar a felicidade do comercial de tevê.


Dizia ter medo de morrer,

Mas era mesmo de viver

Descobriu tarde.


Deixou filhos ingratos,

Netos que não davam carinho

E que nem questão disso faziam.

Morreu em paz no domingo.

Ou já estava morto muito antes sem saber?

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