terça-feira, 3 de maio de 2011

Alvorada de outono

Gosto de dias ensolarados e frios, daqueles em que a foto do céu azul de poucas nuvens enganaria o observador não fossem os cachecóis e casacos pesados dos que se aventuram pedestres nestes dias preguiçosos. A explicação desta predileção? Não sei ao certo. Talvez não precise de mais, apenas gosto e isto basta (assim como dizia o heterônimo de Fernando Pessoa que certas coisas não têm explicação, tem existência. Tem coisas que bastam por si só!). Talvez seja o caso, mas essa discussão não cabe nestas poucas linhas. Volto ao que ia dizendo.

Não são bons esses dias de outono em que a vida parece ir mais calma e a até os desgostos parecem ficar menos agitados? Dias como esses não combinam com stress ou preocupações, combinam com um bocejo gostoso e com passear pela rua de casaco e algodão doce na mão. Ou quem sabe, com esta junção tão contraditória de clima frio e paisagem ensolarada, vestir um suéter e ir lá fora tomar um sorvete de palito ou vestir uma bermuda para buscar um chocolate bem quentinho?

Talvez sejam dilemas grandes demais para dias leves de outono como este que passam como um sussurro gostoso nos ouvidos. Hoje, se até as nuvens estão com preguiça de andar por ai, quem sou eu para contrariá-las? Vou mesmo é me enfiar nestas cobertas macias xadrez rezando para que ninguém me notar aqui. Curtir um pouco daquela preguiça genuína que nos parece pecado frente às obrigações cotidianas que vêm implícitas no alarme do relógio programado para disparar logo mais. Quem sabe eu não adormeça e acabe encontrando o meu chocolate quente sem ter que sair de casa ou mesmo da cama? (Acordem-me apenas quando as nuvens resolverem se espreguiçar, até logo)

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