O novo olhar do dia ,
o passado preto e branco arrasado,
mas não descartável,
vira batido,
não sucata.
O sol de crista e coroa
vem bem intencionado.
Um corpo se livra das correntes,
Atira-se do abismo.
O futuro vem ao nosso encontro,
o tempo voa,
vira presente,
ultrapassa e passa passado.
Rasante em nosso peito é o instante,
mais uma pintura amassada,
novo papel de parede.
As malas meio abarrotadas
Deixam cair certos pertences na estrada.
Não vemos,não há tempo de recolher.
Não queremos,há dores a esconder.
Mas, percebemos algo:
As memórias ficam.
A casa está putrefata,
O trem está vindo,
Depressa!
A nave não cobra passagem,
Mas não garante viagem!
Não olhe para as águas fontes das marcas,
Mire o mastro que se levanta aos céus.
É a vela de um novo vento
Que a espera para retirar certas teias mal resolvidas.
Sopre firme, avante a novos reinos e nuvens.
Apenas não esqueça o motivo de sua ida:
Não chegue a novos ares sem saber quem fora,
Não jogue âncora à terra sem saber o porquê fugira.
Não pude embarcar em mesma nave.
Apenas peço que não se esqueça
Do meu lenço com passagens da nossa história.
Quando encontrá-la,
serão novas marcas,
novos rostos,
novos cheiros,
novos gostos,
novo cais.
Espero cruzar mesmo mastro
e hastear bandeira comum,
mas até lá ,
guardo com carinho
a pequena formosura
que fora essa aventura em versos.
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